terça-feira, 30 de agosto de 2011

Pela bruma

Poema: Lahirí Galvão

Suas malas estão prontas
não quero nada de você
fico só com a folha e a caneta
e não esqueça
que essa história é parecida
com aquele beijo que fica
Mas o sentimento evaporou

As janelas olham 

e deixam o som entrar
O nosso amor ficou na curva 

aquecido pelo casaco
e coberto pelo guarda chuva
precisando de socorro

indo pela bruma
como penas 
Levam a cor, as lágrimas e o sabor.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Visitando o poeta

Poema: Lahirí Galvão

Fui procurar Drummond

na casa do tempo perdido
atravessei curvas e retas
mas lá só encontrei
a poesia com saudades do poeta
Não tinha noite, nem dia
só versos e amor em profecia
de chinelo, pijama
e a caneta em chama
clareava casa e tempo
o casarão assoalho rimas
as paredes flores ao vento
com a lua das sete faces
clareando pela fresta do telhado
trouxe-me o poeta olhando-me de esguelha
rindo por trás do bigode
e veio-me a boca
o gosto de mel de abelha

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

A chave do porta retrato

Letra: Lahirí Galvão

Imagine se você soubesse
que é a chave do porta retrato
onde estou, mas tanto olha e não me vê
a minha foto chega a sentir arrepio
aproveite a chuva
aqueça-me no frio


Já está escrito
o que eu lhe disse

Pra não mexer com sua memória
fica mais bonito quando nós
não deixamos
a alma vazia
no escuro, fria com a solidão
Passam versos no caminho


Voe o mais alto
e pouse na canção melhor
que toca meu violão
e ouvem meu ouvido e coração
Como eu não fique só

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

A vida nos mistérios mágica

Ao navegar no teu sonhar

a vida nos mistérios "mágica"

os livros não explicam

o frio e o calor de amar

No amor não há vaidade

que tanto me entristeceu

e em ti dor e saudade

o tempo que levou

como a gente sabe

traz de volta o nosso amor

Essa canção cala o medo

que tanto esfriou seu coração

"acalma" para que a vida passe

enxugando lágrimas de sofrimento

com a invisível curva do vento

Nasce um poema

Poema: Lahirí Galvão

No vazio que há em meu peito
faz mais frio que o ar madrugada
e ainda existe tristeza
e esperança sonhada
do amor que exprime esta dor
ainda insiste em ficar
mas é fundamental
entre a arte e o artista
aprendendo que a vida
não é cruel, mas é crua
por ser pela morte beijada
Mais uma vez em meu peito
nasce um poema de madrugada